Morar no México : como minha vida mudou desde que vim pela segunda vez, e agora de uma forma diferente, com a decisão consciente de fazer deste país o meu lar e não somente um lugar temporário para morar e ir embora com data pré-estabelecida (como da primeira vez) me faz de alguma maneira sentir-me parte integrante dessa cultura que, ao mesmo tempo é tão parecida com o Brasil, é também absolutamente pitoresca nas suas peculiaridades únicas e exclusivas.
O barato agora é morar num lugar que já conheço, que sei me locomover sem ajuda de google maps, sem ser enrolada por taxistas e até dar informações de localização de ruas à mexicanos, mas mantendo o encantamento do olhar de uma criança curiosa, que afortunadamente veio no meu DNA.
Coincidência ou não, moro aqui num bairro que, comparado ao Rio poderia ser o mesmo que eu morava na minha terra natal: Botafogo. Aqui, independente do seguimento profissional, a comunidade brasileira é absurdamente grande e, especificamente no meu metiê (modelagem) sinto que é ainda maior.
Por que? Ora, nosso biotipo é muito bem aceito no mercado publicitário mexicano. Gente morena, de cabelo escuro e olha a sorte: bumbum e seios grandes, aqui não são problema! (Ratifico: que sorte a minha!). Sorte consciente, pois foi esse mercado possível e fértil que me trouxe de volta, juntamente a um custo de vida muito mais baixo e justo do que o que eu encontrava no Rio de Janeiro. Nem tudo são flores.
Estamos falando de Morar no México. País de terceiro mundo. Colonizado que, como o Brasil, carrega inconscientemente e de forma velada um sentimento de inferioridade aos europeus e norte-americanos, (gringos) como eles aqui se referem. Não tenho a pretensão de vender um México estereotipado como vemos e lemos nas mídias.
O prazer que terei é compartilhar o MEU México, através do MEU olhar. De uma mulher que ama viajar. Que ama conhecer o que é diferente. E inclusive dividir com os leitores do Do Rio Pra Cá as dificuldades que eu Hylka, enquanto modelo imigrante enfrento aqui nos trabalhos, nos castings, na minha rotina corrida que é sempre banhada por uma saudade saudável da minha gente, dos meus amigos, da minha família que deixei a quilômetros de distancia, no meu Brasil. A vivência diária do exercício mais difícil e louvável dessa jornada terrena (para os espiritualistas como eu): o amor sem apego.
Será um grande prazer estar com vocês , contar do que descobri sobre morar no México e como minha vida mudou. Mostrar um pouco do México lindo que vai muito além de Cancun, tacos, Frida Kahlo e pimenta. Hasta muy pronto, amiguitos! Aqui nos vemos!