A avó paterna do meu marido teve o título de Lady. Nasceu aristocrata, se casou com outro aristocrata e foi muito mal tratada durante o casamento. Deu um basta no relacionamento e foi embora pra Paris, adotou o nome de Ettie e lá conheceu o pai do meu sogro, um homem simples, sem dinheiro nenhum, do norte da Inglaterra. Assinou um papel passando todo o dinheiro do qual tinha direito de volta à família e viveu um grande amor. Aos 35, velha na época, engravidou do meu sogro.
- Minha avó materna era filha de um dos grandes fazendeiros da cidade. Apaixonou-se por um homem rude, sem muita educação e muita, muita honra e orgulho. Foi o meu avô. A família não aceitou. Se ela seguisse adiante e se casasse com o homem sem posse e nome, o sr Vidal, não poderia mais usar o sobrenome da família. Ela não pensou duas vezes. Tirou o Xavier e virou Vidal, nos dando um orgulho enorme além de um avô inigualável.
Quantas histórias cabem dentro das nossas famílias? Histórias incríveis de mulheres de coragem, fibra. Histórias extraordinárias de mulheres comuns. São essas pequenas histórias enormes que eu conto numa lista de personagens e personalidades desconhecidas e que nos injetam orgulho das suas lutas aparentemente tão pessoais. É um livro para adolescentes. Escrevi a proposta de edição. Agora procuro uma editora que queira celebrar o incomum no ordinário.