Não é sempre que um restaurante de hotel é sedutor o suficiente para mudar a ideia de turistas que querem experimentar a culinária local e trocar as ruas pelo conforto da acomodação. Em um dia em Lisboa, tive a oportunidade de experimentar pastéis de Belém variados, bolinhos de bacalhau, pratos típicos e vinhos deliciosos. No entanto, tive também a sorte de provar o restaurante Tratto 32 , do Hotel PortoBay Marques, cujo chef executivo é João Espírito Santo, natural da Ilha da Madeira.
A atenção dos garçons é algo a ser enaltecida. Um ambiente informal, mas muito acolhedor e com uma comida excepcional, mesmo que relativamente simples. Eu escolhi o prato do dia. Sempre gosto de pedir o que sugere o chef porque, salvo algumas vezes, o compromisso do restaurante é com a qualidade dos ingredientes. Sempre vejo os pratos do dia como oportunidade de provar pratos que sejam frescos e feitos com ingredientes de sua melhor época.
Panzerotti de salmão com molho de nata. Uma pasta / massa feita com o próprio peixe e que preserva o seu rosa característico foi um dos melhores pratos da minha viagem. A encantadora garçonete, Cátia Valente, me apresentou dois tipos de vinho para acompanhar o prato. Depois de provar e trocar ideias com ela, decidi pelo Altano Douro, um seco com notas de pêssego que complementou de forma delicada a pasta com peixe.
Apesar de recomendarem que eu provasse a entrada, recusei porque fui servida um belíssimo prato de focaccia com três tipos de azeite: balsâmico, puro português e um com pimenta rosa e oréganos, além de manteiga caseira. Honestamente, não saberia dizer qual o meu azeite preferido. A qualidade do azeite puro era, sem dúvida, superior, mas por questão de gosto acho que talvez, depois de muito refletir, o azeite com pimenta rosa e orégano seja o meu predileto.
Ana, que eu imagino ser a gerente naquele dia, sugeriu a sobremesa. Confesso que, por adorar doces, estava bastante entusiasmada com as opções. Ana, muito gentilmente, pediu que eu deixasse que ela mesma indicasse a sobremesa. às cegas, deixei que o fizesse. O prato foi um delicioso sorvete de coco, pistachio, chantilly e fatias de tangerina. O conceito é excelente, mas confesso que, de todos os pratos experimentados, a sobremesa tenha talvez sido o que eu menos tenha apreciado. A combinação de sorvete e chantilly me pareceu exagerada. São texturas parecidas e uma não complementa a outra. A escolha do pistachio foi muito acertada, pois deu ao sorvete uma textura crocante muito necessária para a sua valorização. O mesmo pode ser dito das fatias de tangeria. Pelo suco não eram necessárias em conjunto com chantilly e sorvete, apesar do cítrico abater um pouco a doçura do chantilly e do sorvete. Mas, no todo, me pareceu uma sobremesa que briga um pouco com seus próprios componentes.
Dito isso, o restaurante foi praticamente impecável. Excelente serviço, atenção na medida certa, muita educação e alegria ao servir.
Um excelente restaurante em Lisboa para quem quiser aproveitar o conforto do hotel e comer bem.
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