A viagem ao Japão era o destino especial que já estava nos nossos planos a algum tempo, como já falei por aqui. Era a primeira vez no Japão pra mim e por mais que eu tivesse imaginado, não estava preparada. Não foi um viagem simples, nos mexeu muito e desgastou também, mas foi incrível. Não deu para fazertudo que os guias de viagem mandam, nem poderíamos. Nossa prioridade nesta viagem era turismo para mim, encontrar amigos, rever histórias e trabalho para eles ( marido e 2 amigos, sendo um japonês) , uma combinação bem complicada , mas que no final funcionou, com diversas comemorações. E de quebra descobri que meu marido tem fã clube no Japão. Para quem dissertava sobre a Cultura do Fã na Faculdade, eu presenciei o que isso significa na prática. Com certeza, o Japão é o lugar para entrar em contato com coisas diferentes, mas com atenção. Um desafio aos sentidos e a imaginação. Impressionante!
Neste país que está sujeito a terremotos, vulcões e furacões, cujo o arquipélago se localiza no cinturão de fogo, o passado se mistura com o futuro, numa junção de tradicional e moderno, onde a tecnologia exacerbada nos transporta para um filme de ficção científica. E tudo funciona.
O custo de uma viagem ao Japão praticamente equivale, hoje, a uma viagem pela Europa para quem sai do Brasil. O que pesa é a distância. No mínimo 23 horas com escala. E o fuso de 12 horas.
Como partimos da Alemanha num voo direto da Lufthansa, saindo de Munique, durou 11 horas. Bem melhor e mais em conta. Passagem sempre é um item que pesa no orçamento, e planejar a viagem pode economizar ou ser menos cansativa comprando uma passagem com stopover . Vale a pena, acredite.
O resto das despesas equivalem com os preços da Alemanha, por exemplo, se você não estiver buscando as categorias luxo, é claro.
Basta pisar pela primeira vez no Japão e quase automaticamente o cansaço desaparece e você começa a pensar em voltar. É um mundo tão fascinante com tantas possibilidades que você vai querer mais assim como eu.
A primeira coisa que você vai entrar em contato, já no aeroporto, será o banheiro. Uma atração exótica, são os limpíssimos vasos sanitários são super tecnológicos, com mil botões, uma verdadeira atração nos hotéis, restaurantes e shoppings e eu apertei todos. Aqui a ideia do Japonês de ser agradável e não incomodar atinge o seu ápice : para que outras pessoas no banheiro não ouça os barulhos que você irá fazer, você tem a opção de uma musiquinha com sons de água e controle de volume. Tá lá no painel de controle e são tantas funções que você nem imagina: abrir e fechar a tampa do assento, são diferentes jatos de água, ar secante, diferentes músicas, aquecimento do assento e descarga automática. E um papel higênico finíssimo.
Eu me senti totalmente perdida com tantos botões. Mas é uma experiência bem divertida.
Apesar de ser uma tentação, as compras não estavam na programação e deixei para ver mais nas lojas do aeroporto. Quem sabe numa próxima consigo um day off só pra bater pernas?
Mas a missão desta trip era percorrer o máximo de lugares que eu conseguisse por aqui e de transporte público já que a rede ferroviária é imensa e extremamente pontual. Consegui, o Google Maps me ajudou sempre a não me perder. Só me atrasei um dia pois peguei o metrô na direção contrária.
Então tratamos de nos munir do que era imprescindível para facilitar nossa jornada. Nosso pequeno grupo de 4 pessoas incluía um japonês criado em Tóquio, o que nos proporcionou uma viagem com mais contato de costumes locais. E bemmm mais fácil.
Mas o que é indispensáveis para circular e aproveitar melhor o roteiro de 11 dias?
-Jetleg- Antes de tudo, tentar não esquecer que o jetleg é um problema real e iria nos acompanhar por pelo menos uma semana. Tente ser gentil com você e durma, ok?
-Internet- Prepaid SIM CARD for Japan unlimited para uma "Japan experience"
-Suica para transporte metrô ou ônibus-compre um cartão em qualquer estação e pode abastecer com ienes. Assim evita de em cada lugar você tenha que calcular o valor e pagar em iens. Já desconta automaticamente, é uma super ajuda. E pode ser usado nos transportes em diversas cidades. Eles servem também para ser usados nas jidou-hanbaikis (máquinas que vendem bebidas que estão por toda a parte e vendem bebidas, quentes e frias), compras em lojas de conveniência e alguns cafés.
-JR Pass para transporte de trem- Japan Rail Pass é um passe que só os turistas podem comprar e que te dá direito a viagens ilimitadas de trem e shinkansen (trem-bala) operadas pela Japan Rail durante 7, 14 ou 21 dias. O melhor é comprar antes pelo site e ativar nos escritórios da empresa nas estações quando desejar começar a usar
Só uma lembrança, é preciso se deslocar muito de trem e metrô, então pense bem no tamanho da mala, pois você, além de ter de carregar (que além de sempre estarem bem cheios e as vezes lotados), vai ter de subir e descer escadas com ela(s) em muitos lugares. Eu fui com uma mala básica meio vazia e levei uma mochila.Tem um serviço de despacho de bagagem de uma cidade a outra, de um hotel ao outro. As lojas de conveniência 7-Eleven fazem isso, é só levar as malas na mais próxima do seu hotel.
Utilizamos ele para ir de um hotel a outro em Tóquio e embarcamos de mala de mão e mochila para Kyoto.
-A moeda local é o yens e é melhor levar algum dinheiro em espécie, mas é bem simples trocar ou sacar dinheiro no Japão.
-Mão inglesa- Muita atenção na rua, eles não costumam buzinar. Nas escadas se desce e sobe pela esquerda.
-Google Maps e Google Tradutor -Se virar pelo Japão é e não é tão simples, já nem todos falam inglês e toda a informação é em caracteres e por mais que a tecnologia nos dê uma super ajuda, com o Google Maps e Google Tradutor com o recurso de tradução visual disponível no app para smartphone , ela nem sempre funciona. Meu amigo Japonês foi fundamental neste help e nos dias que estava sozinha arrisquei.
-Não esqueça os power banks/ baterias externas carregados, diversos cartões de memória e baterias para as câmeras, você vai precisar.
O bom é se deixar levar e ver no que vai dar. Confesso que algumas refeições foram, digamos, interessantes. E nem sempre do meu agrado, mas provei tudo. Comer no Japão vai bem além de um bom sachimi ou sushi em si, que é servido aqui com bem menos shoyu.
-Culinária japonesa. Você já ouviu falar em Washoku? Agora, se falarmos “Comida Japonesa”, fica fácil de entender, não é? Washoku (和食) é um termo em japonês que, ao pé da letra, significa culinária japonesa – mas seu significado é bem maior que isso. Por sua tradição, cuidado e significado, em dezembro de 2013 a UNESCO nomeou a culinária japonesa como Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade. Uma experiência delicada e cenográfica. São pequenas obras de arte para se apreciar com calma em pequenos rituais. Se usa pouco sal e condimentos por aqui no Japão e eu tive a honra de ser degustar algumas das infinitas possibilidades desta culinária tão especial.
Tóquio é a cidade que reúne o maior número de restaurantes estrelados do mundo sendo 234 com estrela Michelin. Fora as inúmeras ótimas opções para todos os bolsos.
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Viajar no Outono e na época da iluminação e das luzes de Natal das ruas, acrescenta uma uma atmosfera única a viagem. Saímos de casa numa quinta-feira de manhã no fim de Outubro e chegamos em Tóquio na sexta de manhã com 8 horas de fuso horário e isso tem que ser pensado quando a gente planeja viajar. Não é fácil descansar quando se tem tanta coisa interressante para descobrir.
Faz toda a diferença uma noite não dormida e horas na frente. Ainda mais quando acontecem percalços no caminho. Como moro na fronteira da Áustria com a Alemanha, tive que me deslocar até Munique para pegar o voo. Saímos às 9 h eu e marido para pegar o trem que leva 1h e 30 minutos até a estação central e de lá pegar outro trem até o aeroporto. Chegando na estação, fomos informados que havia um reparo na linha e que teríamos de trocar o trem por um ônibus e depois mais um trem no trecho em obras. E nós com 3 malas, duas médias e uma de bordo e uma mochila, foi um entra em trem, sai de trem, entra em trem, sai de trem, entra em ônibus, sai de ônibus, entra em trem e... ameaça de bomba na estação central, tudo bloqueado e por sorte conseguimos pegar o trem para o aeroporto e chegamos na hora de despachar as malas. Nunca passei por uma gincana dessas. Nem bem começamos e já estávamos exautos. A viagem promete.
Vamos ao nosso roteiro de 11 dias pelo Japão:
Dia 1 e 2: Saindo de casa cedo e partindo de Munique à tarde, com chegada em Tóquio de manhã.
Dias 2 a 6: Tóquio, saindo cedo para Kanagawa e seguindo para Kyoto 14h .
Dia 7 e 8: Kyoto, partindo a noite para Tóquio.
Dias 9 e 10: Tóquio retornando à Munique com escala em Frankfurt num voo que saiu 1 hora do dia 11 e atrasado. Depois de chegar em Munique e embarcamos de trens para casa. E dormir.
Nada mal para uma primeira vez no Japão. Eu conto do primeiro ao sexto dia no post aqui e do sexto dia ao décimo primeiro aqui
Ah, e não se esqueça de ficar atento as regras locais como falei aqui, ok? E boa viagem!
E pra você que me lê, passa no nosso Facebook , Instagram e Youtube são tantas histórias pra acompanhar...