5 meses se passaram e finalmente saímos do Rio, eu e marido, com um Stopover de 3 dias para descansar e rever amigos em Lisboa antes de seguir rumo a Munique. Gosto de viajar e sempre que posso procuro me hospedar em pequenos hotéis. É minha forma de me sentir mais acolhida e de descobrir mais intimamente preciosidade que poucos conhecem. como contei neste post aqui. Procurei por algo que fosse mais que um hotel em Lisboa, E sabe de uma coisa? Encontrei uma pequena jóia e me apaixonei por Lisboa, uma cidade renovada.
Com uma infinidade de boas hospedagens , decidir por uma ( e acertar) é uma loteria. A escolha do nosso hotel em Lisboa foi extremamente feliz. Quem tem alma de artista, faz das Artes seu ofício como eu, vai se sentir em casa neste aparthotel butique com apenas 16 apartamentos e 5 quartos.
Melhor nome não poderia existir para mim- O Artista, antiga residência dos anos 50 do ator Vasco Santana, na Rua das Portas de Santo Antão ( antiga porta da cidade), bem no centro histórico. Um prédio todo em Azulejos que abriga uma das lojas mais tradicionais de Lisboa no térreo- Ginjinha Sem Rival .
Adoro histórias e falar de artistas na casa deles faz parte da minha vida. Chegamos bem cedo e bem cansados mas fomos prontamente atendidos bem antes do nosso horário de check in. Enquanto todos se esforçavam para nos liberar um quarto, fomos gentilmente servidos de um belo café da manhã. Começamos bem.
Enquanto esperávamos, fui reparando na elegância com um toque de “drama” do ambiente , uma certa atmosfera (bem ) cénica. Os espaços tem diversos detalhes com obras de arte e uma decoração vintage que nos transporta para um tempo outro.
Um telefone antigo na recepção e nos quartos, o papel de parede vermelho sangue pelos corredores, as molduras douradas , a cortina de veludo pesada que camufla o banheiro feminino todo negro com cristais e um aroma de flor de laranjeira no ar, o corrimão da escada , as louças e torneiras dos banheiros, são alguns que nos fazem entrar no clima ...
A localização foi perfeita e só descobrimos mais tarde quando nos aventuramos e saímos para descobrir a zona da Baixa Pombalina, e nos demos conta que estávamos no centro da cena cultural lisboeta, mais precisamente ao lado do Teatro Nacional D. Maria II e a poucos metros do Politeama e Coliseu.
Esta região que viveu seu auge e entrou em decadência, agora se reconstrói. Das Ruínas de edifícios surgem novos espaços com traços renovados, revigorando toda a região.
Me hospedar no O Artista me deu a sensação de pertencimento desde universo tão sedutor.
Foram dias chuvosos, mas nada que abalasse nossos ânimos. Quer dizer, quase...
Poucas coisas no mundo são mais irresistíveis do que um bom banho , seguido de uma cama confortável, lençóis perfumados, um quarto na penumbra e dias de chuva. Esta foi a desculpa perfeita para recuperar aquelas horas de sono antes de seguir viagem. Quem viaja por ai sabe o valor que tem uma boa ducha e cama. E o quanto é difícil sair dela…Mas tudo bem, o café da manhã/ pequeno almoço vai até às 10.30h e aproveitamos sem culpa.
Em uma das três noites que ficamos hospedados, resolvemos experimentar O Ato.
Sim , O Artista tem um restaurante e que é bem mais do que um restaurante de hotel, acreditem. O Ato é um espaço de desafios para todos os paladares. Algumas experiências são tão únicas que é difícil falar delas- como o cardápio de primavera do restaurante. Uma cozinha portuguesa surpreendente , revisitada pelo Michelin star Chef Pedro Almeida
Merece um texto especial que envio mais tarde para os amigos gourmets.
O Artista- o que mais gostei ?
É ser um espaço único rico em detalhes, e uma bela forma de perpetuar a memória de Vasco Santana e compartilha-la com o mundo.
E aqui fica minha sugestão a este Hotel especial: senti falta desta história no Lobby e em algum folheto nos quartos para podermos levá-lo conosco. Algo que me dissesse de cara que ali viveu Vasco Santana e quem ele foi.
É claro que no check in isso é cuidadosamente dito pelo sempre muito atencioso staff, mas amante das artes como sou, faltou algo que me envolvesse na chegada, para embarcar mais rápido na história que me levou até ali .
Repito, amei a sua história - um hotel com um projeto de resgate de memória feito com paixão , que incorpora desde a Ginjinha Sem Rival ao lado, no N.º7, (fundada entre 1890 e 1892 ) que serve a bebida típica de Lisboa e que contam ter pertencido a Vasco Santana também, até um restaurante estrelado. Passado e presente de mãos dadas com uma ótima cama e mesa. Nunca foi tão difícil fazer um check out. Até mais ver Lisboa!
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