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Paraty e Ilha Grande, Patrimônios Cultural e Natural da Humanidade

Atualizado: 28 de out. de 2019



Foi com a alma transbordando de felicidade, que li, neste começo de julho de 2019, sobre mais um título mundial conferido às belas paisagens e riquezas históricas e culturais brasileiras. No dia 5, Paraty e Ilha Grande foram declaradas pela Unesco (agência das Organizações Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) Patrimônios Cultural e Natural da Humanidade.


Dos outros 21 patrimônios da humanidade no Brasil, apenas esses dois locais do sul do Rio de Janeiro tem esse duplo título. No mundo, entre mais de mil sítios, que também são Patrimônios da Humanidade, apenas 39 em 31 países são também mistos. O título composto diz respeito não só ao ambiente natural e à flora, mas, também, à arquitetura peculiar e à diversidade dos povos tradicionais, como quilombolas, comunidades costeiras e indígenas de várias etnias e seus diferentes costumes, crenças e artesanato.

Muitos desses povos têm presença remontada desde o descobrimento do país. Fiquei realmente encantada com a notícia. Os dois lugares são lindos e inspiradores. Caminhar pelas ruas de pedras de Paraty, conhecidas como “pé de moleque”, é sentir parte da história do Brasil colônia.


A área de Paraty, cidade a 258 km do Rio do Janeiro, que recebeu o título, abrange o centro histórico e mais quatro reservas naturais do entorno. Verdadeiros paraísos que você pode ver aqui. No início do século XVI, a região era ocupada pelos índios guaianás. A vila foi fundada em 1667 e aí começou a tomar a forma que hoje é tão elogiada. São antigas fortificações e fazendas, casas coloniais, alambiques, sítios arqueológicos, inclusive, o “Caminho do Ouro” que agora detêm o título.

Foi por esse caminho, construído pelos escravos, que escoou o ouro que vinha do interior das Minas Gerais em direção ao porto da cidade com destino a Portugal. Já nos idos dos anos 1700, o cultivo da cana de açúcar passou a fazer parte da economia local. Nessa época, os engenhos já somavam 250. Em 1820, a então vila já contava com 150 destiladoras de cachaça. Até hoje, muitas marcas conhecidas de cachaça são produzidas na região. Em 1844, o imperador Pedro II através de um decreto-lei elevou a vila à categoria de cidade.



Ilha Grande, passeios
Free Imagem de Gabriel Vannini Gabs por Pixabay

Quando falo da Ilha Grande, lembro de uma viagem durante o período de Carnaval. Cheguei feliz e voltei triste. Consegui fazer apenas meio dia de passeio. Caminhei da praia do Abraão, de frente para o continente, até apraia de Lopes Mendes na região oceânica através de uma trilha bem preservada. Que espetáculo!

Esse trajeto passa por pequenas nascentes que atravessam um caminho de subidas e descidas e de vegetação exuberante. Ao final, enxerga-se aquele mar deslumbrante com mais de um tom de azul. As águas agitadas batem na praia de areias claras. À esquerda, bem no cantinho da praia, há um rio que derrama suas águas doces na praia.

O desagradável foi que ao cair da tarde desse dia o céu ficou cinza escuro. Uma chuva inclemente não possibilitou um maior proveito do passeio. O fim da caminhada já foi feito debaixo de um aguaceiro.

No dia seguinte, eu ainda me aventurei a outras caminhadas, mas chovia muito. Cheguei a escorregar nas pedras que ficam em uma das pontas da praia do Abraão. Ao meio-dia, tomamos a barca de volta para Angra dos Reis, cidade vizinha de onde parte o transporte marítimo para a ilha. Pena! Estava animadíssima para explorar mais esse paraíso.


Free Imagem de InaeMiranda por Pixabay

A partir de 2003, Paraty passou a ser muito conhecida também por causa da realização da FLIP, Feira Literária Internacional de Paraty. O evento atrai escritores nacionais e internacionais durante quatro dias de debates e palestras realizadas em prédios históricos e em tendas montadas nas ruas. É um sucesso de público e de mídia. A feira, que já está na sua 17º edição, a cada julho homenageia um escritor brasileiro. Em 2019, o homenageado foi Euclides da Cunha, autor de “ Os sertões”, assim como, já haviam sido Machado de Assis, Jorge Amado, Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade, entre outros.

Crédito da foto Eduardo Alonso

Guiga Soares é carioca, filha de um brasileiro e de uma dominicana. É formada em Comunicação Social e Relações Públicas, tem pós-graduação em Marketing e em Sociologia Política e Cultura, todos pela PUC-Rio e Formação Executiva em Marketing Digital pela FGV Rio. É palestrante e consultora. Ama viajar e fotografar. “Nada melhor do que conhecer gente e locais novos”. Faz parte da minha vida””

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