Os portugueses não dizem “tchau” ou “até logo” quando se despedem de alguém. Seja pelo telefone ou, pessoalmente, eles terminam a conversa com um “adeus”. Eu tive que dizer o mesmo: adeus, Lisboa!
A saudação soa, para nós, brasileiros, um pouco dramática. Costumamos usar o “adeus” quando sabemos (ou achamos) que nunca mais vamos ver o interlocutor. Por isso, o meu “Adeus, Lisboa” não significa uma despedida definitiva da capital portuguesa, onde morei por um ano e oito meses no delicioso bairro do Lumiar.
Neste caso, adotei apenas o jeito português de falar. Lisboa estará sempre no meu coração e nas minhas andanças pelo país. Mas, por causa do alto preço dos aluguéis, aqui, dizem arrendamento, decidimos, eu e meu marido, morar em Leiria, cidade a uma hora e meia da capital.
“Ah, mas vocês não sabiam que Lisboa é cara?”, me perguntou um amigo. Claro que sabíamos. Mas o câmbio, o euro custando quase R$7, também mexeu nos planos de quem saiu do Brasil para viver em Portugal.
E, com o home office (teletrabalho), temos a vantagem de poder morar onde quisermos. Então, optamos em pagar um aluguel mais em conta numa cidade que, além de linda e com uma ótima infraestrutura, fica perto tanto de Lisboa como do Porto.
ALUGUEL MAIS ALTO EM LISBOA
Mas, prestem atenção: o aluguel, mesmo numa região menos cobiçada, não está baratinho, não. Em Leiria, um apartamento de três quartos (T3) gira em torno de 700 a 800 euros. Em Lisboa, um T3 ultrapassa facilmente os mil euros. Na moda mais do que nunca, Portugal tornou-se um país onde os imóveis estão muito valorizados.
E, às vezes, paga-se caro para viver num endereço, quer dizer uma morada, cuja classificação energética é baixa, o que vai fazer com que, em muitos casos, você sinta mais frio dentro da sua casa do que na rua. Quer dizer, o aquecimento não é suficiente para dar conta dos dias de inverno.
Era o nosso caso em Lisboa. Apesar da ótima localização. Além do metrô e do supermercado na esquina do nosso prédio e de ser vizinho ao Quinta das Conchas, um parque para se caminhar, fazer exercícios, piqueniques, o apartamento não tinha vidros duplos. Isso faz muita diferença quando chega o inverno, não tinha aquecimento, não tinha nada.
Em Leiria, temos tudo isso e ainda uma lareira, que sempre dá um charme à sala. Claro que você vai encontrar os dois casos em todas as partes. Não é um privilégio de Leiria nem uma falha dos imóveis de Lisboa. Conto apenas a minha experiência, o motivo principal de ter trocado uma cidade pela outra, que foi pagar um aluguel mais barato, e as vantagens que eu obtive com essa mudança.
Claro que há desvantagens, sempre há o bônus e o ônus. Em Lisboa, estávamos muito pertinho do aeroporto, por exemplo. Há mais hospitais e a vida cultural é incomparável. Estamos falando da capital do país! Mas, por enquanto, estamos em lua de mel com Leiria.
Estamos ansiosos para conhecer o castelo que leva o nome da cidade (olha, ele aí em cima na foto), ver as ondas gigantes de Nazaré, que atraem turistas do mundo todo nos campeonatos de surfe que acontecem em novembro.
Queremos tirar muitas fotos na vila de Óbidos iluminada para o Natal ou fazer uma visita guiada pelo Mosteiro de Alcobaça, classificado como Patrimônio da Humanidade pela Unesco.
Todos estes lugares, alguns já bem conhecidos do turista brasileiro, fazem parte do distrito de Leiria. Ou seja, ficam no quintal da minha nova casa. Fiz as fotos desse post da minha nova casa, Leiria, com muita alegria.
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