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Foto do escritorGuiga Soares

Amrum e Wangerooge, outras ilhas alemãs do Mar do Norte


Como já havia dito em um post anterior, parece que os deuses dos vikings e dos povos nórdicos estávam ao meu lado. Fui parar de novo no Mar do Norte. Dessa vez, nas ilhas de Amrum e de Wangerooge (foto acima). Não sei se já comentei que no total são 12 ilhas habitadas que pertencem aos estados da Baixa Saxônia e de Schleswig-Holstein.


Amrum, a pérola do Mar do Norte


Dirigimos 1.945 km desde Mannheim, sudoeste alemão, até Nordfriesland, porto de Dagebüll, no estado de Schleswig-Holstein. Daí, partimos em um grande barco que também transporta carros (foto abaixo). Em 1h45 chegamos a Amrum, intitulada a “pérola do Mar do Norte”. Fica ao sul da ilha de Sylt, ao oeste de Föhr e a poucas milhas da costa da Dinamarca. Veja mapa abaixo.



Tem aproximadamente 2.300 habitantes que vivem do turismo e como donos de pousadas, restaurantes, hotéis e bares. É mais uma das ilhas Frísias do Mar do Norte.



Durante a Idade Média, os frísios, povo nórdico, chegaram a Amrum e começaram a trabalhar com o sal. Dizem que até hoje parte da população ainda fala o “Öömrang”, dialeto da língua frísia do norte. O atual idioma dinamarquês mantem palavras desse dialeto.


A ilha é pequena: tem somente 10 km de extensão e 2,5 km largura. Da nossa pousada, bem no centro, andamos 1,5 km para chegar até a praia de areia clara, fina e macia. Praticamente, caminhamos a largura toda de Amrum. Suas dunas e vegetação são lindas e estão sob um rígido programa de preservação. Por conta dos ventos do Mar do Norte, essas dunas vez por outra modificam seus formatos.



Me apaixonei pela mistura de capim bem alto com uma vegetação de flores na cor fúcsia (foto acima) que mais parece uma paisagem de filme de ficção científica.


No dia que eu estava na ilha, o sol se fez presente até 22h30. Jantei uma salada com queijo e tomate mais uma cerveja muito gelada. Uma sensação incrível.


Acho que nessa noite dormi com o sol e acordei com ele. Às 5h00 da manhã, já estava de pé. Nesse dia, tivemos que pegar o barco às 7h15 de volta ao continente, outro somente às 17h30. Do porto em Nordfriesland, partimos em direção a Wangerooge.


Wangerooge, uma pequena ilha de beleza enorme


Foram mais 450 km de estrada até Caroliensiel, uma pequena e bela cidade fundada em 1730 já no estado da Baixa Saxônia. Por lá, almoçamos em um ótimo restaurante italiano e dirigimos por 10 minutos até Harlesiel. Desse porto, saiu o barco que nos levou à ilha. Esse porto não está totalmente protegido das marés. Ou seja, pode ser que em algum determinado período do ano ou da semana, o serviço de transporte marítimo seja inviabilizado. O tempo estava meio nublado, o mar agitado. No entanto, não houve atropelos na travessia.


Nos aborrecemos com o povo da DB (Deutsch Bahn) – dizem que faz parte do dia a dia alemão - no porto de Harlesiel. A empresa administra o tal barco e também um trenzinho (foto abaixo) que leva os passageiros de um atracadouro bem pequeno até a estação no centro de Wangerooge. É a menor e mais oriental das ilhas Frísias: 7,94 m².



Nossas bagagens foram transportadas em um container numerado que foi içado por um guindaste até o barco da DB. Chegando a Wangerooge, os containers foram presos a uma locomotiva que também puxou o tal velho e charmoso trem de passageiros. O percurso corta campos verdes com ovelhas, vaquinhas, charcos e pontes estreitas. São mais ou menos 15 minutos até a parada final. A paisagem de filem me fez esquecer os dissaborsd iniciais ds viagem.


Depois do desembarque, as bagagens são disponibilizadas fora da estação. Cada passageiro que pegue a sua, arraste pela rua central da ilha ou coloque em um carrinho puxado por ele mesmo até o seu local de hospedagem.


Foi o nosso caso. Puxamos o tal carrinho com o equipamento de DJ e as malas mais pesadas. As outras bagagens mais leves foram sendo arrasdas e as mochilas levamos nas costas. Férias em Wangerooge exigem preparo físico. Algumas pessoas alugam carrinhos elétricos.



O centro é composto por uma única rua (foto acima) que tem lojinhas típicas, restaurantes charmosos e redes nacionais, como a drugstore Rossmann ou o supermercado Edeka. A ilha é bem abastecida diariamente. Se a opção for um Airbnb, não há problemas para cozinhar. Além disso, há um mercado que vende produtos frescos, como peixes, legumes e queijo de ovelha da região. Tudo ótimo.


Nosso hotel, o Hanken, existe desde 1904 (foto abaixo) e fica a poucos metros da praia. Foi remodelado há pouco e tem uma boa estrutura de quartos e banheiros novos. O café da manhã é ótimo, super bem servido. Os pães frescos e quentinhos sumiam rápido do balcão do bufê.



Os dois dias que ficamos em Wangerooge foram de sol pela parte da tarde. Sempre é assim. As manhãs são meio nubladas, vento suave, nuvens que parecem carregadas. As tardes, que entram pela noite, são ensolaradas com céu muito azul. A calçada que fica diante da praia virada para o Mar do Norte fica cheia. Muita gente bebendo cerveja, crianças tomando sorvete e curtindo o mar.



As “strandkörben”, barracas de praia, (foto acima) que podem ser alugadas diariamente ou por semana, decoram a areia. Achei lindo. Aliás para quem curte praia, Wangerooge, das 3 ilhas que conheci, é a que tem a vibe mais parecida com a descontração do verão brasileiro. Era assim que eu me sentia: carioca no verão da Alemanha de 25 graus, céu lindo, sol idem.


Na nossa partida, no dia seguinte, a surpresa que não foi tão surpresa assim em se tratando do Mar do Norte.  Chuva forte, temperatura de 14 graus e o vento barulhento mostrou que realmente é o dono da região.


Carregamos nossa bagagem no tal carrinho e nas costas até a estação para pegar de novo o trem. De sorte é que tínhamos guarda-chuvas e capas. Enfrentamos a caminhada sobre o frio da água que caía. Mais uma prova de que visitar essas ilhas exige preparo físico, a não ser que você tenha condições financeiras de bancar pessoas que façam esse serviço para você.


Na estação, a chuva parou. Mas, na travessia choveu muito. O barco lotado teve muita dificuldade para atracar no porto de Harlesiel. Levou cerca de uma hora. Mesmo para os experientes homens do local, o Mar do Norte prega peça e dá trabalho até no verão da Alemanha.

 

Fotos: Acervo Pessoal


Guiga Soares é brasileira e vive entre o Rio, Mannheim (Alemanha) e Lisboa (Portugal). É jornalista - formada pela PUC-RIO - com pós-graduação em Marketing e Sociologia Política, escritora, relações públicas e produtora de eventos- atuou na Copa do Mundo de Futebol de 2014 e nos Jogos Olímícos Rio 2016. Atualmente, se dedica ao mundo dos contos e das crônicas. Em 2023, lançou seu primeiro livro "Um Golpe na Sorte" pela editora Bandeirola de São Paulo.


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