Lockdown. Essa palavrinha perdeu a sua própria nacionalidade. É conhecida e usada em todos os países do mundo. A partir da segunda-feira, 18 de janeiro, ela está também sendo usada na Suíça. Escrevo, aqui, de Basel para contar como vamos levando a nossa vida com essa palavrinha que se tornou comum em todas as línguas.
Em Basel Stadt, centro da cidade, já estamos em lockdown parcial desde dezembro. Bares, restaurantes, cafés, academias e alguns locais de trabalho ficaram fechados. Basel Land, região fora do perímetro urbano, não passa por esse tipo de restrição. Como são independentes em termos de regulamentos públicos, as duas regiões podem agir dessa forma. As duas estão em Basel, mas tem autonomia de decisão.
As pessoas no Brasil pensam que pelo fato de estarmos na Suíça os negócios seriam recompensados devidamente. E, que tudo voltaria ao normal depois que todos estivessem vacinados. Negativo. Conheço vários donos de restaurantes. Eles estão indignados com o governo daqui. A falta de apoio financeiro está ameaçando a sobrevivência de vários deles.
No Brasil, existe uma prática comum que aqui não existe. Um negócio informal, às vezes, consegue até manter uma família inteira. Aqui a vida é caríssima!
O lado médico e hospitalar são excelentes. Não posso negar. Basel, onde moro, é conhecida pelas suas grandes farmacêuticas, como Roche, Novartis, Bayer, entre outras. A cidade é repleta de cientistas do mundo inteiro.
Aqui, como no Brasil, e como em vários países do mundo existem os reticentes. Aqueles que são contra a corrente. São os negacionistas rebeldes.
No último fim de semana antes do lockdown, a rua principal da cidade estava um mar de gente. Os lojistas tentavam até o último momento evitar um prejuízo financeiro maior. Ok, a maior parte usava máscara. Mas, os fumantes, que são a grande maioria daqui, tomavam café ou comiam algo. Claro, precisavam tirar as máscaras.
A Suíça jamais entrou em um estado de emergência. Como o país é neutro nunca sofreu nem com a I nem com II Guerra Mundial. No entanto, desde a crise financeira de 2008, que quase provocou o fechamento de um dos maiores bancos suíços, noto uma mudança de postura. Já há mais jogo de cintura de alguns suíços no sentido da sobrevivência. Algo já muito corriqueiro na vida dos brasileiros. Nosso povo já está mais habituado a crises, inflação alta, falta de apoio, enfim, dificuldades gerais para tocar a vida em frente.
Estou curiosa pra saber como será o final dessa crise toda.
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