Fasnacht é o nome dado ao Carnaval na Suíça. Quando eu me mudei para Basel, em 2007, o zelador do prédio comentou comigo sobre o Carnaval. Eu ri por dentro quando mencionou como eu me espantaria com ele. Me disse que era fantástico. Respondi educadamente onde eu havia nascido, mas que estava curiosa para conhecer o espetacular Carnaval suíço.
FANSNACHT, O CARNAVAL DE BASEL
Logo que a data chegou, fui checar como era esse tal de Fasnacht: fiquei de boca aberta. Na verdade, as atividades começam às quatro horas da manhã. Todo o comércio e os moradores apagam as luzes para o início de um cortejo pelas ruas centrais de Basel. Músicos tocam somente flautinhas e tambores acompanhados das pessoas.
Outro item super importante e divertido do Carnaval é o Guggemusik. Uma tradição que remonta ao século 16. São grandes bandas que desfilam pela cidade num ritmo e som frenéticos. Quando são ouvidas ao longe, é melhor sair da frente: a preferência é delas. Os músicos também se fantasiam com figurinos coloridos e pintam os rostos.
Em geral, as músicas são folclóricas, mas, hoje em dia, sucessos pops contemporâneos também fazem parte da trilha sonora. Os instrumentos são os de sopro, como trompetes, saxofone e trombone, e os de percussão, como tambores. Esse evento segue por três dias seguidos e sem parar. Claro, que há um revezamento.
A BRINCADEIRA COM CONFETE OU RÄPPLI
Um detalhe que me chamou a atenção: só as crianças se fantasiam.
Além disso, é uma quase obrigação o uso de um broche chamado plaquette comprado semanas antes dos dias carnavalescos. Por aqui, também há muito confete e serpentina. Uma brincadeira de Carnaval é fazer chover confete, räppli em alemão, em cima de uma pessoa que não estiver usando o broche.
Esses pedacinhos de papel colorido podem ser encontrados dias depois em meio às roupas. Lembrando que é inverno e por causa das temperaturas baixas usamos gorro, cachecol, luvas e casacos pesados. Ótimas peças para manter o confete escondido.
As comidinhas também são interessantes. Há os pães folheados, os sonhos – que se chamam berliner - , salsichas, glühwein, um tipo de quentão, e muita cerveja, claro. A cidade fica lotada. Os cidadãos são autorizados a jogar lixo no chão, que por aqui é uma liberdade que não existe em dias comuns. O povo relaxa nesses três dias de Fasnacht.
CARNAVAL NO RIO DEPOIS DE DOIS ANOS
Até isso o novo coronavírus conseguiu: não teve Carnaval no Rio no ano passado e agora, em 2022, foi transferido para após a Páscoa. Que coisa! No nosso post anterior, Sonaira d’Ávila, conta que a data do Carnaval é definida por causa da Páscoa. Então, não deixa de ser interessante que estejamos comemorando os dias de Momo agora depois que o coelhinho já passou.
É bem verdade que esse Carnaval não será como sempre foi. Os blocos, em tese, não estão autorizados a ir para as ruas. Dizem por aí, que muitos vão “sair” mesmo sem o apoio dos órgãos públicos. A ver.
O sambódromo, a passarela do samba, do Rio recebe as escolas de samba do grupo de ouro e do grupo especial nos dias 20, 21 e 23 de abril. Os participantes, dos passistas passando pelos convidados dos camarotes, estão animadíssimos. Quem sabe, sonham com o Carnaval de 1919.
Segundo contam, nesse ano do século 20, foi uma animação nunca experimentada pelos foliões. Como capital federal e atração do turismo brasileiro, o Rio de Janeiro foi uma das cidades mais atingidas pela gripe espanhola. Mas, da mesma forma veloz com que a gripe surgiu, ela foi embora.
Em fevereiro de 1919, a cidade começou a vislumbrar alguma normalidade. O Carnaval agitou a população depois que iam sendo superados os desafios da pandemia que assolou o mundo a partir de 1918.
Enfim, vamos aguardar. Torcemos para que dê tudo certo e que não haja aumento da contaminação do vírus que mudou as nossas vidas nos últimos anos.
Vamos ver como será esse Carnaval 2022. Vai virar post.
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