Como disse num texto anterior, adoro viajar. Adoro conhecer locais novos e contar histórias sobre minhas experiências. Não podia deixar falar sobre mobilidade urbana em Copenhagen. Conhecer os pontos turísticos da cidade é fácil, apesar da língua e dos nomes estranhos nas placas de sinalização.
Dica: fotografei todas os nomes de lugares que precisava e pretendia frequentar, a começar pelo endereço onde me hospedei. Depois, foi mais fácil achar no Google Maps.
Outra coisa, os habitantes falam inglês, mesmo que seja apenas para trocar algumas palavras com o turista e ajudar. Dá pra se virar muito bem. É só prestar atenção e seguir em frente. Caminhar é uma excelente opção. No entanto, nem sempre podemos contar só com isso.
BICICLETAS PARA SE LOCOMOVER
Logo, na chegada à Copenhagen, há uma coisa que chama atenção: a quantidade enorme de bicicletas. A estimativa é de que 62% da população se desloque em duas rodas. Há até engarrafamento e estacionamento lotado. Inacreditável! Desde a crise do petróleo em 1973, o governo estimulou o uso das “magrelas”.
Há mais bicicletas do que carros. A população não deixa de usá-las nem em dia de chuva. “O arquiteto dinamarquês Jahn Ghel, pioneiro da ecologia urbana, se tornou o grande artífice desta revolução: “ quanto mais ciclovia, mais gente abandona os carros” (Cidades Sustentáveis: Desenvolvimento Sustentável num Planeta Urbano, Bookman Editora).
Hoje em dia, a gente vê nas ruas, também, bicicletas elétricas, triciclos (até com bercinho para as crianças pequenas), modelos para cargas e, até mesmo, para levar pessoas na carona. O aluguel também é possível. “
Há desde bicicletas produzidas em material super moderno até as bem velhas e enferrujadas que ficam praticamente abandonadas nas portas dos prédios residenciais. Enfim, o movimento da cidade está voltado para elas.
Há regras específicas e sinais de trânsito que devem ser respeitados, tanto pelos ciclistas, como pelos pedestres, carros e ônibus. Há multas para quem não cumpre com essas regras.
COMO É O TRANSPORTE PÚBLICO
Vale ressaltar que o transporte público é caro, inclusive, para os cidadãos locais. A tarifa de táxi também é alta. Daí, que é fácil entender também a opção pela bicicleta. O sistema de circulação é super pontual e parecido com o dos trams (veículos elétricos sobre trilhos) da cidade alemã de Mannheim.
Isso vale para ônibus, metrô ou trem. A área atendida é separada em zonas. O passageiro paga de acordo com a quantidade de zonas que vai percorrer.
MULTAS PODEM SER APLICADAS
É preciso conhecer bem as normas. Do contrário, você pode ser convidado a desembarcar. Numa viagem de trem ao Museu de Arte Moderna em Louisiana, a 35 km ao norte de Copenhagen, uma funcionária me pediu educadamente para descer. Na estação seguinte, desembarquei.
Eu havia comprado um bilhete com a quantidade de zonas menor à necessária. Isso poderia ter ocasionado uma multa. No meu caso, ela percebeu que eu era turista e que não conhecia bem as regras. Escapei da multa.
Enfim, desci e comprei a quantidade de zonas a mais. E, aguardei outro trem. Fazia frio. Mas, a gente precisa errar para seguir aprendendo. E, é claro, aproveitar a viagem.
Aliás, esse museu merece estar na sua agenda. A casa onde está instalado desde 1958 foi uma moradia particular. Foi remodelado e hoje é o museu com mais visitação do país. Abriga uma espetacular coleção com mais de 3 mil obras entre esculturas e pinturas de artistas dinamarqueses e internacionais, como Miró e Dalí.
O local também é palco de exposições itinerantes, de festivais e de concertos. Impressionante é a área onde está instalado: um grande terreno arborizado à beira do Mar Báltico e de frente para a Suécia. Há galerias que são corredores de vidro em meio às árvores com vista para o mar. Em torno da casa/museu também estão instaladas grandes obras de autores diversos. Deslumbrante!
O que também vale à pena observar e curtir é o caminho da estação de Humlebaek até o museu. São cerca de mil metros que podem ser percorridos a pé ou em um táxi. Escolha a primeira opção. Em pouco mais de quinze ou vinte minutos se chega ao museu. Só esse trajeto já é uma experiência ótima e peculiar.
Poucas casas, uma pracinha com alguns pontos comerciais e muito charme. Se a sua viagem for no outono ou princípio do inverno se prepare para o vento que vem do Mar Báltico: quase silencioso, porém bem frio. O som das árvores se mexendo é muito agradável.
USE UM CARTÃO PARA AS VIAGENS NA CIDADE
Nas primeiras viagens de ônibus, comprei o tíquete eletrônico com o próprio motorista em dinheiro (coroa dinamarquesa). Depois, passei a comprar nas máquinas de autoatendimento na estação central. É mais rápido e fácil.
Copenhagen é muito bem assistida, como vemos, no que diz respeito à mobilidade urbana. Não há com que se preocupar. Como já disse, pode parecer estranho num primeiro momento, mas não é. Veja abaixo 3 dicas e depois conta para gente como foi a sua viagem.
O cartão recarregável se chama Rejsekort (raisecór) e serve também a outras regiões do país.
O metrô funciona 24 horas por dia durante os 7 dias da semana. É confortável e tem quase uma vagão inteiro para as bicicletas.
O Copenhagen Card além de facilitar as visitas a pontos turísticos, como museus, permite viagens no transporte público. Ele pode ser comprado on line. Esse cartão tem horário e prazo de validade determinados no ato da compra de acordo com conveniência do comprador.
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