Mudar é fácil.
Acontece, é natural. Até quem diz que nunca mudou e se mantem coerente com valores e opiniões, se transforma porque está exposto ao mundo que está em constante movimento e não se cristaliza.
Mas, difícil mesmo é mudar e manter afetos e portas abertas, pontes desobstruídas e a generosidade como pacto.
Quando eu fui convidada a integrar o grupo de mulheres que escreveria para o blog Do Rio pra cá, em 2016, achei que a proposta tinha tudo a ver com o lugar que eu ocupava naquele momento.
Sonaira teve a ideia, mas não só: ela ofereceu um espaço e não só, ela me deixou livre.
Talvez seja esse o valor maior que eu vou levar comigo da experiência de estar no Do Rio pra cá: a elegância da querida Naira.
Quanta gentileza pode ter uma pessoa com as dificuldades de manter dinâmico um projeto, lidar com os bloqueios criativos, as prioridades de trabalhos remunerados de cada uma.
A cada obstáculo meu, lá estava o Do Rio pra cá feito uma rocha, sempre sólido e à minha espera.
Não é sempre que se encontra um lugar para criar que nos oferece tanta liberdade. A liberdade, inclusive, de ir embora.
Depois de tantas ideias, textos, vídeos, encontros eu me percebo em outro lugar com projetos diferentes e não posso mais me comprometer com o Do Rio pra cá.
Sei que é um projeto que tem enorme potencial, porque foi criado e vem sendo executado com essa elegância de compreender os tempos e horas de cada colaboradora.
Só de chegar tão perto dessa espécie de generosidade já me valeu. Mas mais que isso, me alegro por ter conhecido pessoas talentosas, inteligentes, mulheres que se sensibilizam com o mundo.
Mudar é fácil. Difícil é mudar, ir adiante e ainda encontrar portas e sorrisos abertos.
E olha que eu nem nunca fui do Rio!
Obrigada a todo mundo que acompanhou meus textos.
Até breve, meninas.
Nara
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