Nem marolinha eu vi! Vivo há dois em Portugal. Acordei às 6h00 para finalmente ver as famosas ondas gigantes da Praia do Norte, em Nazaré, paraíso do surf. A região pertence ao de Leiria – ou seja, pertence ao estado de Leiria.
Mas um forte nevoeiro acabou com o meu programa de domingo, a minha coluna e os meus pés. Eu fiquei cinco horas esperando a neblina “ir embora”. Eu e milhares de pessoas. Acho que a maioria era turista, que se espremeu nas encostas do Forte São Miguel. Todos não viram nada também! Só dava para escutar o barulho do mar. Eu também ouvia os e meus dentes batendo sob um frio de 9 graus.
Ainda há um detalhe que tornou a minha expectativa maior. E a minha frustração também. Desde setembro, estou morando no concelho, quer dizer, cidade de Leiria, que é pertíssimo de Nazaré. Meia horinha depois de sair de casa já estava procurando uma vaga para estacionar o carro.
Quando me mudei de Lisboa, os meus amigos só falavam que eu tinha a obrigação de ver as big waves, as famosas mundialmente ondas gigantes, já que estaria tão perto delas. Mas não é tão fácil assim. Uma simples mudança do tempo, os surfistas não vão para a água e você entra pelo cano. Ou seria pelo tubo já que estamos falando de surf?
Mas ninguém viu a previsão da meteorologia? Claro que sim! Eu e os responsáveis pela organização do Nazaré Surfing Tow Challenge, com certeza. Mas, como era dito a toda hora pelo alto-falante, por um dos organizadores, a natureza é imprevisível. É caprichosa.
Quando saí do Forte São Miguel, depois de menos de dez minutos de caminhada, o céu estava azul! Sem nenhuma nuvem, sol brilhando. Cogitei voltar, mas já estava muito cansada e, no fundo, sabia que aquele nevoeiro lá embaixo não ia deixar Pedro Scooby e Maya Gabeira, brasileiros que estão na competição, pegar uma onda que pode chegar a mais de 20 metros.
A competição foi transferida para amanhã. Acho que não tenho condições físicas de voltar. Além disso, tenho trabalho durante a semana. Mas, para quem planeja ir à Praia do Norte, leve um bom casaco, algum lanche na mochila (a fila para comprar um café não tinha fim) e tenha em mãos o certificado digital da vacinação. E o mais importante: uma boa dose de paciência.
Pelas minhas fotos, vocês vão perceber o que passei debaixo do frio de 9 graus.
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