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Foto do escritornaravidal

Hotel do sonho em Copacabana


Morei no Rio durante muito tempo.

A cidade maravilhosa era, naquele tempo, uma correria que envolvia faculdade, ônibus, trânsito, a loucura que é morar em qualquer metrópole.

Quando voltei à cidade maravilhosa, título, de fato, justo ao Rio, me hospedei dentro de um sonho. O endereço desse êxtase é em plena Avenida Atlântica. PortoBay, para ser precisa.


Vista da praia de Copacabana

Depois de chegar de horas e horas e horas de um voo com conexão em Munique, sou recebida nesse oásis com uma taça de champagne. É curioso pensar no quase nada que é preciso para fazer alguém se sentir humano de novo depois de dezessete horas dentro de uma cápsula que, sabe Deus, vai te levar pro destino desejado. Uma simples taça de champagne, mais o sorriso do staff e pronto, um renascimento.



Mas isso é o que qualquer hotel poderia fazer, e ainda assim nem sempre faz. O que o staff do PortoBay Rio proporciona vai um pouco além. Aliás, vai bem mais. Não é todo hotel que parece estar te esperando com entusiasmo e que, com brilho nos olhos do recepcionista, diz que há uma surpresa no quarto. Pergunta se estou com fome, se quero mais champange, se quero alguma coisa. Qualquer coisa. Na verdade, eu teria ficado no saguão lindo, cheio de sofás de bom gosto, olhando o belíssimo bar, bebericando meu drink de boas-vindas, enquanto uma fila enorme se formava e eu era a última a ser chamada. Mas isso não aconteceu porque nunca aconteceria no PortoBay, com um serviço pra lá de perfeito. Ninguém fica esperando muito tempo. Ainda que que eu não tivesse me importando em aguardar, logo minhas malas e eu já estávamos no que eu só posso, sem qualquer originalidade descrever como um sonho.




Daí, eu pensava, sem parar, lá da minha sacada que abraçava toda Copacabana, em mim, vinte anos antes, nos maiores perrengues, dinheiro contado pro ônibus, tudo um aperto imenso. Não que tenha mudado tanto, mas agora, a escrita, função que fui adquirindo e com os vinte ainda não tinha, me traz oportunidades de viver essas vidas de exceção. E a delícia que foi passar alguns dias nesse oásis é mesmo difícil explicar. Do café da manhã muitíssimo variado e para todos os gostos e com vista pra praia, até a piscina no terraço com um bar no jeito pra água de coco, quando acordamos com boas intenções e a caipirinha, quando entendemos que de boas intenções o inferno está cheio e chutamos o balde. Fui uma espécie de gato durante aqueles dias, tomando banho de sol, molhando as pontas dos dedos na água refrescante, bebendo um refresco aqui e outro ali, sempre com os sorrisos do staff ao meu dispor.



O quarto não era um quarto. Era uma suíte. Tinha uma cama gigante e de um conforto que era preciso colocar o despertador porque eu não sou louca de perder o café da manhã. Também uma sala com TV, bar, sofás, mesa, sacada, mais uma mesa, cadeiras e a lua. Era lua cheia ainda por cima! Era o Rio aos meus pés e o PortoBay a minha casa.



Claro, na hora de ir embora, quis fugir, fingir que não era comigo, esconder na paisagem da piscina, ficar. É mesmo aterrorizante como nos acostumamos com o que há de melhor. Tudo o que eu disser sobre o PortoBay Rio será pouco. “Obrigada” me parece o melhor que posso fazer.


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