No mapa da Croácia, o parque Plitvice ocupa um lugar de destaque. É merecidíssmo. Precisei ver para crer! Devo confessar: jamais havia me passado pela cabeça ir à Croácia. Não porque não desejasse. Ou, porque não pensasse que seria uma grande viagem. A pergunta “o que fazer na Croácia” sempre encontrava respostas na minha cabeça. Mas, mesmo assim queria encontrar mais motivos.
O país tem um história recente peculiar. Fazia parte da ex-Iugoslávia que começou a desmoronar com a queda do Muro de Berlin em 1989 e com a derrocada da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
A antiga região iugoslava, hoje, se divide em mais 5 países, além da Croácia: Eslovênia, Montenegro, Bósnia-Herzegovina, Macedônia e Sérvia.
CIDADES PARA VISITAR NA CROÁCIA
Foi em uma das cidades croatas, Dubrovnik, por exemplo, que foi captada parte da super série “Games of Thrones” e cenas do episódio VIII de "Guerra nas Estrelas". Questão que, aliás, a tornou destino turístico obrigatório para muitos fãs. A cidade se transformou em um hit turístico famoso no mapa da Croácia e em todo o mundo. Sendo assim, somente a ida a esse lugar já teria valido a viagem.
O que acontecia comigo é que achava erroneamente que esse país estava muito longe das minhas pretensões de viajante. E, que ninguém gostaria de me acompanhar.
Aí aconteceu algo da magia que acontece com quem curte viajar. Meu filho e minha nora estavam em Hvar, uma linda ilha muito turística na costa da Croácia. De lá, iriam para a Dinamarca a trabalho. (Já contei aqui algumas experiências dessa viagem à Dinamarca.)
Os dois me convidaram a acompanhá-los. Topei na hora. Fiz um ótimo voo até Frankfurt pela Lufthansa. De lá, voei para Split (de frente para a ilha de Hvar), outro local incrível da Croácia, onde os encontrei.
Alugamos um carro e viajamos por 1 hora e 20 minutos rumo ao norte até a cidade de Vodice, no condado de Šibenik-Knin, local de pouco mais de 8.100 habitantes à beira do Mar Adriático em frente à costa leste da Itália.
Vodice tem uma importante marina com belos iates e um pequeno centro de compras que vive da atividade marítima. O lugar se tornou nossa base para viajar pelo país. E, foi de lá, que viajamos até o Parque Nacional dos Lagos de Plitvice. Lugar que em 26 de outubro de 1979 entrou para a lista de Patrimônio Natural da Humanidade da Unesco.
O
UM DOS LUGARES MAIS LINDO DO MUNDO
Nossa viagem de Vodice para Plitvice levou um pouco mais de duas horas pela rodovia E71. Estrada que também passa por Zadar, outra cidade fantástica que precisa estar no roteiro de quem viaja pelo país.
O parque tem 300 Km² . Na sua maior parte, tem um tipo especial de formação geológica que transformada ao longo de anos e anos produziu um ambiente de raríssima beleza.
São lagos (12 superiores e 4 inferiores) interligados por cachoeiras e rios de águas em vários tons de azul e verde. No entorno deles, há muitas cavernas, abundante vegetação, flores, aves e dizem, até ursos. Nós não vimos!
Como fomos no outono, pudemos passear por todo o parque. Pode ser que durante o inverno alguns desses lugares fiquem fechados. Vale a pena checar.
Durante nosso passeio, fez frio e, às vezes, caíram algumas gotas de chuva. Mas, logo depois, o sol tímido outonal voltava a aparecer.
Há um grande estacionamento logo na chegada no lado direito da estrada. Deixamos o carro e atravessamos a pista. O passeio começa com a travessia de um dos lagos feita por barco. Depois, a caminhada de quase 2 horas e meia, quem sabe até mais, é feita por trilhas de terra ou por passarelas de madeira em subidas e descidas. Algumas áreas são úmidas e escorregadias por causa das folhas que naquela época do ano já caíam das árvores.
UM PARQUE QUE NÃO É DISNEY
O parque dos lagos, como é conhecido, não tem lojinha de comida ou de souvenirs ou banheiros no meio do caminho. Esqueça a ideia de parques da Disney. Plitvice parece cenário, mas é de verdade. O parque é um ambiente in natura muito bem preservado e silencioso. O som vem das águas das cascatas, rios e do barulho criado a partir do caminhar lento sobre as folhas.
Por vezes, a gente se sentia abandonada em meio à avalanche de verde e de laranja de várias tonalidades das árvores. Dá pra ouvir a conversa suave do vento e das folhas. Tudo é lindo demais. É um daqueles lugares onde a gente sente a presença da força da natureza.
A caminhada termina no alto do parque Plitvice. De lá, um ônibus pequeno leva os turistas de volta à entrada principal por uma estrada que margeia o imenso terreno.
A infraestrutura do local é boa. Os ingressos podem ser comprados on line pelo site do parque, nos guichês ou por aplicativo. A moeda croata é o kuna, mas o pagamento pode ser realizado com cartão de crédito ou de débito.
Sem problemas com o idioma: nos locais turísticos, lojas, restaurantes e bares o inglês é falado. Assim, foi fácil tomar um chocolate quente no retorno ao estacionamento: com o cair do dia, o frio aumentou bastante. Havia uma cabana-café que servia algumas bebidas e snacks.
Depois, já com a noite caindo, tomamos o carro de volta a Vodice. Felizes por ter conhecido os lagos de Plitvice. E, eu, com a certeza de que minha decisão de viajar pelo país havia sido pra lá de acertada. Grande passeio. Quero voltar! Por mais, que a gente acabe optando por voltar a lugares já conhecidos, depois dessa viagem aprendi que não é bem assim. Fica a dica: sempre tem um lugar diferente e maravilhoso para a gente conhecer.E, vamos em frente!
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