Estou mudando de novo. O interessante da experiência humana é que se você se abre à toda a beleza inerente ao que te acontece, inclusive nos momentos difíceis, caóticos e doloridos, o discurso proclamado sai da queixa e vai diretamente para a contemplação e resiliência.
Sim, dor e beleza podem co-existir. E acredito que possa haver calma no meio do caos. Pelo menos é o que estou buscando neste exato momento, onde o ponteiro da minha bússola não pára de girar e o gps ainda não conseguiu estabelecer o local exato do meu próximo destino. Bora refazer o caminho de volta.
Em vez de angústia, eu prefiro ver beleza nisso. Que rico poder ter possibilidades!
Nos últimos anos, confesso que minha vida cigana foi guiada pela minha demanda profissional: Tailândia, China, México, Brasil, Marrocos, Argentina.
A única decisão pessoal neste momento é que quero ser a “boa filha”, e à casa retornar. De alguma maneira sinto que o Brasil ainda que num panorama socio-economico-politico desastroso, tem algo bonito para me oferecer e eu que não sou de negar presentes, decido tirar as chaves da porta e deixa-la aberta para alguma surpresa chegar.
Estou fazendo as pazes com a minha terra. Pode ser que isso não signifique que nos casemos de novo, mas pode ser aquele “revival” que ressignifica as dores do passado abrindo caminho para uma nova forma de relação.
Foi importante trabalhar em outros mercados, envelhecer, perder medos bobos, para desmitificar a idéia de que o que existe lá fora é sempre melhor do que aqui, e principalmente, me tornar mais segura de mim e do meu potencial, mais auto-valorizado.
Foi importante ter ido embora daqui, assim como está sendo importante voltar.
E dentro desta mesma lógica, temporariamente, me despeço do “DO RIO PRA CÁ”, enquanto os ponteiros se acertam, enquanto o coração desacelera e mesmo para sempre sendo do Rio, preciso com calma descobrir onde vai esse meu “cá”.
Voltando a falar da experiência humana, acredito fortemente que cada um tem a sua história individual e deve buscar inisistentemente a sua forma autêntica e única de encontrar a alegria diária.
As minhas paixões são atuar e viajar. Ambas me fazem conhecer melhor o outro, o mundo do outro, à mim e o meu mundo particular. Atuar e viajar me fazem ser uma pessoa melhor.
Mas nada disso tem sentido se não puder ser compartilhado. Minha arte e minhas descobertas nas minhas viagens. Para mim, o compartilhar nos torna imortais, porque é nele que deixamos algo nosso em alguém.
Me afasto, como disse, temporariamente para organizar a ordem prática da vida, mas logo logo.. volto para contar o que vejo como viajante e para que vocês vejam o que conto como atriz.
Deixo com vocês um postal de até logo !
Inté!
Com amor, Hylka.
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