Sabe aquele destino que deve estar na lista “o que visitar uma vez na vida” ? Pois bem, nela não pode faltar Ronda, uma pequenina cidade fortificada pendurada no alto de uma montanha, em Málaga, Espanha, a 530 quilômetros de Madri. O local está no grupo dos Monumentos Naturais da Andaluzia.
É o berço das touradas e foi uma cidades mais importantes do reino de Nasrida, uma unidade política moura que existiu na Península Ibérica entre 1238 e 1492. A paisagem, suas vielas, seu contorno parecem saídos de uma cena de filme.
Ronda está dramaticamente fincada no topo de um desfiladeiro profundo chamado “El Tajo”, que está a mais ou menos 47,5 metros acima do rio Guadalevín. Ela se liga à parte mais nova da cidade por uma ponte em pedra, “ Puente Nuevo”. É como se a gente estivesse em uma travessia entre o século 15 – ano de sua fundação durante a ocupação moura – e o século 18 quando foi criada a parte mais recente.
Um dos espaços que deve ser conhecido na cidade é a Casa do rei dos Mouros, “ Casa del Rey Moro”, que na realidade se compõe de várias construções. Dentro, há a famosa “Mina de Agua”, uma complexa obra de engenharia hidráulica de uso militar construída no século 14 e que até hoje chama a atenção pela sua estrutura.
A finalidade era trazer água do rio Guadalevín para a população, principalmente, em momentos de ataque externo. A extração era feita por uma enorme roda acionada por escravos cristãos que também transportavam os grandes baldes com água para fora da mina. É um dos mais bem conservados monumentos da Espanha. Durante a visita à “Mina de Agua” é possível fazer um percurso pago pelo leito do rio.
Em 1485, após um longo cerco, Ronda caiu nas mãos das tropas castelhanas. Segundo os cronistas da época, um traidor muçulmano revelou o grande segredo que levaria a cidade à rendição: era a gigantesca roda de água escondida na em uma fenda do penhasco. Após o assalto à fortificação que a protegia, Ronda cai derrotada.
Fotos: Arquivo Pessoal
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