Morar fora do Brasil é o sonho de muita gente.
Os motivos são vários, mas muitas pessoas que se aventuram em se mudar de país, buscam a realização de sonhos, ambições ou planos.
Esta semana eu faço aniversário de mudança. São dezessete anos de vida aqui na Europa, predominantemente na Inglaterra e eu sempre gosto de marcar a data com um momento para confirmar que estou fazendo o que me propus a fazer.
Acho que o meu maior desafio é ser sempre honesta comigo mesma. Isso é difícil porque sempre que eu pondero sobre o que foi até aqui a vida no exterior, essas reflexões vêm sempre acompanhadas de uma carregada dose de emoção que atrapalha a coerência dos pensamentos e a clareza dos fatos. Mas é importante não perder a linha, o foco, a raiz do que gerou uma mudança tão grande. Afinal de contas, estou há dezessete anos realizando um sonho.
Aqui eu divido com vocês três pontos fundamentais para levar em conta enquanto arrumam as malas.
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Deixar a família pra trás na hora de ir embora
um ponto complicadíssimo. Conheço quem vai embora exatamente por causa da família. Tem gente que briga, que se magoa, que cria diferenças intransponíveis e a única saída é ir embora. É preciso ter calma porque família é um bem preciosíssimo. Não adianta eleger a família como a gota d'água para uma decisão tão radical. Eu me lembro de estar passando um momento difícil, de volta à casa dos meus pais enquanto planejava sair de lá. Minhas diferenças com alguns familiares me davam um estímulo extra para confirmar minha decisão. No entanto, eu acho que tive sorte de sair com o amor dos meus pais em plenitude. Apesar de muito choro e saudade, eles estavam felizes por mim. Isso me deu tranquilidade para me concentrar nos meus projetos sem sentir que tinha ferido ninguém. E atenção: quem vai embora fica para sempre no meio do caminho. Você nunca pertence conclusiva e inteiramente a um lugar só. Dois inteiros são a única garantia de quem se muda com intenção de ficar. Você vai, mas sempre volta, tanto pra lá quanto pra cá.
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Abrace culturas diferentes no país novo
De nada adianta você querer sair do Brasil para aprender uma língua e uma cultura se você só se inserir dentro de focos culturais do seu próprio país. Naturalmente, muita gente que se muda busca exatamente um ponto de apoio e identificação em território estrangeiro para se firmar, se apoiar. Já vi muita gente dizer que o plano era encontrar compatriotas só no início. Mas a língua é feito a casa da gente e todo mundo gosta de se sentir em casa. Isso pode ser uma armadilha. Claro, eu tenho amigos brasileiros e identificar nossa língua em comum, me conforta e me alegra. Mas se você não estiver disposto a se jogar no desconhecido e abrir a cabeça para hábitos culturais muito diferentes dos seus, talvez não valha tanto a pena da partida.
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Buscar o sonho como imigrante no país estrangeiro
A condição de imigrante nunca foi fácil. Imigrar é um termo repleto de problemas, mazelas e preconceitos. É uma identidade que caracteriza, muitas vezes, a busca de sonhos, vidas melhores, condições mais humanas de convivência, dificuldades, rejeições e obstáculos. Entrar no país dos outros sem intenção de sair pode causar estranhamento em muita gente. Mas é importante lembrar que diferenças são para ser celebradas. Da mesma maneira que é importante para quem chega tentar se adaptar aprendendo a língua, seguindo hábitos convencionais para uma convivência harmoniosa, é importante se valorizar como pessoas que enriquecem uma cultura. A língua, os hábitos, os costumes são móveis, estão sempre se transformando e nós absorvemos um tanto dos outros e vice versa. Acrescentar uma frase que caiba o morar fora por aqui. Exatamente por isso, acredite que você tem, culturalmente, muito a oferecer simplesmente por ser quem é. Morar fora pode ser um sonho: a cabeça nas nuvens, mas os pés no chão.
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E pra você que me lê, passa no nosso Facebook , são tantas histórias pra acompanhar...
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